Mercado deve saltar de R$ 11 bilhões em 2025 para R$ 20 bilhões em 2026 com vencimento de patente da semaglutida em março, segundo analistas do UBS BB; o MounjaMercado deve saltar de R$ 11 bilhões em 2025 para R$ 20 bilhões em 2026 com vencimento de patente da semaglutida em março, segundo analistas do UBS BB; o Mounja

Mercado de ‘canetas emagrecedoras’ deve chegar a R$ 20 bi no Brasil com genéricos

2025/12/28 18:57

O mercado brasileiro de canetas emagrecedoras deve saltar de R$ 11 bilhões em 2025 para R$ 20 bilhões em 2026, segundo análise em novo relatório recém-divulgado pela equipe de research do UBS BB.

O crescimento será impulsionado pelo vencimento da patente da semaglutida em março de 2026, que abre caminho para a entrada no mercado de genéricos com preços estimados entre 30% e 50% menores.

“Vemos 2026 como um ano decisivo para a popularização do [hormônio] GLP-1, apoiado pelo aumento da conscientização, o alívio nas restrições de oferta e o vencimento da patente de Ozempic/Wegovy”, escreveu o analista Vinicius Strano, que lidera a equipe do UBS BB responsável pelo relatório.

Trata-se da classe de medicamentos com princípios ativos que regulam a glicose no sangue, reduzem o apetite e promovem, portanto, perda de peso.

Leia mais: Pílula da Eli Lilly para obesidade avança após estudos indicarem perda de peso

Em novembro, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou o pedido da dinamarquesa Novo Nordisk para estender a proteção da semaglutida, princípio ativo presente no Ozempic e no Wegovy.

A decisão colocou o Brasil no grupo restrito de países em que a molécula perderá exclusividade já em 2026, ao lado de Índia, China e Canadá.

A expectativa é que versões genéricas ampliem sobremaneira o acesso aos medicamentos, para além das classes A e B, público atual que concentra a adoção de tais tratamentos por causa dos valores que chegam a superar R$ 1.000 para uma “caneta emagrecedora”.

Para o quarto trimestre de 2025, o UBS BB estimou vendas totais de GLP-1 em R$ 4 bilhões no Brasil.

O Mounjaro, da Eli Lilly, lançado em maio, que adota a tirzepatida como princípio ativo, deve responder por 57% do total, enquanto produtos baseados em semaglutida ficarão com 43%.

O crescimento representa uma alta em valores absolutos de R$ 2,4 bilhões na comparação anual e de R$ 1 bilhão no trimestre.

A penetração atual no Brasil permanece baixa comparado a países desenvolvidosd.

Cerca de 1 milhão de caixas são vendidas mensalmente, equivalente a 1,1% da população adulta com sobrepeso e a 2,5% dos obesos, segundo o relatório.

Nos Estados Unidos, a penetração em diabéticos e pessoas com sobrepeso alcança 4,4%.

O Mounjaro, da Eli Lilly, deve responder por 57% das vendas de canetas emagrecedoras no Brasil no quarto trimestre de 2025, segundo projeções do UBS BB

RD concentra 35% do mercado

A RD Saúde (RADL3), grupo que controla as redes Raia e Drogasil, detém cerca de 35% das vendas de GLP-1, proporção significativamente superior aos 17% de participação no mercado farmacêutico geral, segundo a equipe do UBS BB.

A concentração reflete exposição desproporcional a consumidores de classes A e B, como citado anteriormente.

Leia mais: Mais potente que Mounjaro? Retatrutida é novo alvo de mercado clandestino no Brasil

Para o quarto trimestre, o UBS BB projeta que GLP-1 representará 12% das vendas no varejo da RD Saúde e contribuirá com 2 a 3 pontos percentuais para crescimento sequencial de vendas no conceito “mesmas lojas”, estimado em 11%.

Os analistas do UBS BB mantêm recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 29, segundo o relatório.

As ações da RD Saúde (RADL3) acumulam alta de 8,02% em 2025, desempenho que fica abaixo da valorização de 33,94% do Ibovespa no mesmo período, segundo dados de 26 de dezembro.

Produtos com princípios ativos análogos ao GLP-1 geram atualmente margem bruta de 12% para farmácias, com potencial de expansão para próximo de 40%, patamar similar ao de genéricos, segundo o relatório.

A Hypera (HYPE3), fabricante de marcas como Benegrip e Engov, planeja lançar a sua caneta com semaglutida genérica em parceria com um fabricante indiano.

A equipe do UBS BB avaliou a iniciativa como incrementalmente positiva em receita, mas alerta para risco de intensificação competitiva que pode pressionar preços e margens. O relatório mantém classificação neutra para a ação, que acumula alta de 31,02% em 2025, pouco abaixo dos 33,94% do Ibovespa.

Já a EMS, de capital fechado, investe R$ 1 bilhão em uma nova fábrica em Hortolândia, no interior paulista, para produção de medicamentos GLP-1 com capacidade para fabricar 750 mil canetas.

O laboratório liderado por Carlos Sanchez já lançou a Olire e a Lirux, versões nacionais com o princípio ativo da liraglutida, e prepara sua própria versão de semaglutida para 2026.

A Eurofarma, por sua vez, firmou parceria com a Novo Nordisk para distribuir no Brasil versões de segunda marca de semaglutida: a Poviztra, indicada para tratamento de obesidade e sobrepeso, e a Extensior, para diabetes tipo 2.

Leia mais: ‘Canetas emagrecedoras’ made in Brazil da EMS chegam às farmácias a partir de R$ 307

Mercado paralelo pressiona preços

A demanda no mercado brasileiro é tamanha que, mesmo com a perspectiva de entrada de medicamentos genéricos mais acessíveis, versões “paralelas” ganham força.

O Paraguai emergiu nos últimos anos como fonte de versões alternativas. Um medicamento com tirzepatida de 2,5 mg custa cerca de R$ 294 no Paraguai, enquanto o Mounjaro na mesma dosagem sai por R$ 1.407 no Brasil.

Em novembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reforçou a proibição de canetas para emagrecimento sem registro no país.

O mercado ilegal de semaglutida manipulada também ganhou força, a exemplo do que ocorre em outros países. A Anvisa esclareceu que moléculas biotecnológicas complexas não podem ser manipuladas no Brasil devido a riscos sanitários, inclusive para a saúde de quem toma.

Pesquisa do UBS Evidence Lab nos Estados Unidos mostra que a busca por perda de peso segue como principal motivação, sendo citada por 73% dos usuários.

A sensibilidade a preço, por outro lado, é elevada: 46% optam por alternativas manipuladas quando mais baratas.

Leia também

Efeito Ozempic? Molson Coors cita remédio para emagrecer em queda na venda de cerveja

Oportunidade de mercado
Logo de BounceBit
Cotação BounceBit (BB)
$0.05695
$0.05695$0.05695
+2.35%
USD
Gráfico de preço em tempo real de BounceBit (BB)
Isenção de responsabilidade: Os artigos republicados neste site são provenientes de plataformas públicas e são fornecidos apenas para fins informativos. Eles não refletem necessariamente a opinião da MEXC. Todos os direitos permanecem com os autores originais. Se você acredita que algum conteúdo infringe direitos de terceiros, entre em contato pelo e-mail service@support.mexc.com para solicitar a remoção. A MEXC não oferece garantias quanto à precisão, integridade ou atualidade das informações e não se responsabiliza por quaisquer ações tomadas com base no conteúdo fornecido. O conteúdo não constitui aconselhamento financeiro, jurídico ou profissional, nem deve ser considerado uma recomendação ou endosso por parte da MEXC.