O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirma ter tentado negociar com o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) para que ele deixasse a cadeira da presidência e fosse ao seu gabinete resolver o impasse sobre sua cassação.
O chefe da Casa diz que ligou várias vezes para o primeiro-secretário da Mesa, Carlos Veras (PT-PE), que estava ao lado do psolista no plenário. Com a recusa e o temor de um novo motim como o do bolsonarista realizado em agosto, Motta determinou que o Depol (Departamento de Polícia Legislativa) retirasse o congressista à força.
Em nota divulgada pelo Comitê de Imprensa da Câmara depois de reunião de jornalistas com o presidente nesta 5ª feira (11.dez.2025), Motta também nega ter cortado o sinal da TV Câmara.
O presidente da Câmara diz que ordenou que Veras suspendesse a sessão e, com isso, a transmissão do plenário foi interrompida. A TV Câmara passou a transmitir a reunião da Comissão de Saúde. Segundo Motta, o procedimento técnico é de praxe.
Ele ainda afirma que, quando Glauber se recusou a sair da cadeira, o Depol iniciou um protocolo de segurança que determina que todos os funcionários sejam retirados do plenário, mas diz que não sabia que a imprensa também seria impedida de ficar no local.
O chefe da Câmara diz ter aberto uma sindicância para investigar o episódio de violência contra os jornalistas por parte do Depol na 3ª feira (9.dez) e disse que estuda mudar protocolos para evitar situações semelhantes.
Na 3ª feira (9.dez), Glauber protestou contra a decisão da Câmara de pautar a votação de sua cassação para o dia seguinte. Ele se sentou na cadeira de Motta para demonstrar insatisfação com a decisão do paraibano. Disse que ficaria no local até o “limite” das suas forças.
Enquanto Braga ocupava a Mesa Diretora, a transmissão ao vivo da TV Câmara foi interrompida. Os jornalistas foram impedidos pela Polícia Legislativa de entrar no plenário. A maioria estava aglomerada na porta, pedindo para ter acesso. Foi neste momento que teve início uma confusão.
Pouco antes de o deputado ser escoltado pela Polícia Legislativa para fora do plenário, a mando de Motta, os jornalistas foram avisados que teriam que “recuar”. Na sequência, um dos policiais deu a ordem: “Vamos tirar todo mundo”. Começou então o empurra-empurra onde jornalistas agredidos pelos policiais.


