Fundador do Master disse que dinheiro recebido do banco estatal de Brasília ficou à disposição para ser devolvido, mas ex-dirigente do BRB negou que isso tenha Fundador do Master disse que dinheiro recebido do banco estatal de Brasília ficou à disposição para ser devolvido, mas ex-dirigente do BRB negou que isso tenha

Acareação poupa BC e empareda Vorcaro e ex-presidente do BRB

2025/12/31 11:15

Os depoimentos de 3 personagens centrais no caso do Banco Master resultaram numa saída confortável para o Banco Central –cujo representante Ailton Aquino (diretor de Fiscalização) não ouviu nenhuma pergunta constrangedora. O resultado foi ruim para o fundador do Master, Daniel Vorcaro, e para o ex-presidente do BRB, Paulo Roberto Costa, que caíram em contradições e não souberam responder com exatidão a muitos questionamentos feitos pela delegada da Polícia Federal, Janaina Palazzo.

Eis o que o Poder360 apurou sobre como foram os depoimentos dos 3 convocados pelo ministro Dias Toffoli, que conduz o inquérito, para falar dentro das dependências do Supremo Tribunal Federal na 3ª feira (30.dez.2025):

  • só 2 acareados – em princípio, seriam acareados Daniel Vorcaro, Paulo Roberto Costa e Ailton Aquino. Só que Aquino acabou sendo dispensado da acareação. O Poder360 apurou que essa decisão foi tomada pela Polícia Federal, que conduziu os depoimentos, e também porque o Banco Central pressionou contra qualquer tipo de constrangimento a Ailton Aquino –que no processo de possível venda do Banco Master, em alguns momentos, ficou a favor da operação. O ministro Dias Toffoli acompanhou remotamente os depoimentos e concordou em poupar, por ora, o Banco Central;
  • vídeo e áudio – todos os depoimentos foram gravados em áudio e vídeo. O inquérito está sendo mantido em sigilo neste momento por Dias Toffoli e as imagens nem o áudio serão divulgados neste momento;
  • dinheiro pago pelo BRB ao Master – quando em 28 de março de 2025 o BRB anunciou que iria comprar o Master, o banco estatal de Brasília já resolveu aceitar comprar parte da carteira de empréstimos consignados dessa instituição que iria incorporar. Foi algo na casa dos bilhões de reais.
    Concluiu-se depois que essa carteira de empréstimo era podre, sem consistência –inclusive com títulos fabricados, como revelou o Poder360 na reportagem BC desconhece fábrica de créditos falsos no sistema financeiro em 23 de dezembro de 2025.
    Em seu depoimento, Vorcaro disse que o dinheiro recebido do BRB ficou à disposição para ser devolvido, se fosse necessário.
    Paulo Roberto Costa, ao ser ouvido, disse que não: o dinheiro nunca foi devolvido e que teve de aceitar a troca da carteira de empréstimo por outra –que depois também se revelou sem liquidez;
  • Banco Central poupado – o fato de haver uma indústria para falsificar créditos que bancos podem ter em suas carteiras de empréstimos não foi sequer mencionado para o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton Aquino. A delegada Janaina Palazzo não aceitou fazer várias perguntas que foram propostas a ela por integrantes do gabinete do ministro Dias Toffoli. Houve uma certa tensão. Toffoli orientou os integrantes de seu gabinete a não esticar a corda no caso do BC. Diferentemente do que foi noticiado no final da 3ª feira (30.dez.2025), os 3 depoimentos e depois a acareação não tiveram nenhum tipo de pergunta em tom beligerante que pudesse imputar alguma responsabilizar ao BC;
  • créditos podres – Vorcaro foi indagado sobre o que conhecia sobre a Tirreno e a Cartos, duas empresas que venderam carteiras de crédito para o Master –papeis que depois o BC disse serem frios e sem valor. O fundador do Master afirmou que desconhecia a possível falta de liquidez nessas carteiras, que tinham vindo de empresas como Tirreno e Cartos.
    Vorcaro foi então indagado sobre o que teria a dizer sobre o fundador e CEO da Cartos SCD, Henrique Souza e Silva Peretto, e também sobre André Felipe Oliveira Seixas Maia, que se transformou em controlador da Tirreno em abril de 2025. É que André Felipe Oliveira Seixas Maia havia sido funcionário do Banco Master até março de 2022.
    Diante dessas perguntas, Vorcaro disse não se lembrar que era um ex-funcionário seu que havia participado do esquema de vender para o seu banco as carteiras de crédito agora consideradas fraudadas por investigação do BC;
  • delação de Vorcaro – pelo tom do depoimento do fundador do Master, ele deu a entender que não pretende fazer delação de nenhuma natureza;
  • telefone com muitas conversas, áudios e vídeos – o advogado Roberto Podval, que defende Vorcaro e estava presente acompanhando o depoimento, fez uma observação sobre o conteúdo das conversas que foram captadas dentro do celular de seu cliente. Podval disse que os diálogos têm conteúdo sensível e pediu que a Polícia Federal separe tudo e descarte o que não tiver relação direta com o objeto do inquérito. Vorcaro tinha o costume de falar com muitas autoridades, trocava vídeos e áudios;
  • contatos de Vorcaro – o fundador do Master foi indagado sobre se conversava com autoridades e congressistas em geral sobre o Banco Master. Em tom revelador, Vorcaro disse que falava com integrantes “dos Três Poderes”, mas que não conversava sobre o Master. Não ficou claro se o fundador do Master desejava fazer alguma ameaça velada ou não;
  • contrato do Master com Viviane Barci de Moraes – em nenhum dos 3 depoimentos nem na acareação a delegada Janaina Palazzo mencionou a relação estabelecida entre a advogada Viviane Barci de Moraes e o Banco Master –um contrato que fixava um pagamento mensal de R$ 3.646.529,77 por mês, por 36 meses, totalizando R$ 131.275.071,72. O procurador-geral da República, Paulo Tonet, recebeu um pedido de investigação sobre esse contrato, mas decidiu que não havia “ilicitude” e mandou arquivar o caso;
  • reversão da liquidação do Banco Master – a instituição foi liquidada extrajudicialmente em 18 de novembro de 2025 pelo Banco Central. Nos últimos dias, parte da mídia publicou que o objetivo de Dias Toffoli ao acelerar o inquérito seria eventualmente desfazer a liquidação do Master. O Poder360 apurou que o ministro não teve nem tem intenção de seguir nessa direção;
  • a relação Podval e Toffoli – o advogado criminalista e o ministro do Supremo foram amigos muito próximos no passado. Toffoli chegou a protagonizar um episódio rumoroso em julho de 2011, quando viajou até a ilha de Capri, no sul da Itália, para assistir ao casamento de Podval. Nos últimos tempos, entretanto, a relação entre os 2 não tem sido muito amistosa. Durante o depoimento de Vorcaro, alguns dos que assistiram a tudo o que estava sendo dito, pelo tom do que era narrado, identificaram em Podval a fonte de comentários reservados contra o ministro que apareceram recentemente em parte da mídia –por exemplo, propagar que a intenção do magistrado seria reverter a liquidação do Master. O próprio Podval acabou depois dos depoimentos de 3ª feira procurando a mídia para dizer que essa não era uma saída plausível nem esperada por Daniel Vorcaro;
  • o bloco de anotações do BRB – na busca e apreensão de 18 de novembro contra várias pessoas envolvidas no caso, encontrou-se um bloco de anotações de uma mulher que estava numa reunião comandada por Paulo Roberto Costa. Numa das folhas estava escrita uma frase com este sentido: “Temos de fazer isso antes que o Master quebre”. No seu depoimento, Paulo Roberto foi indagado sobre a razão de o BRB ter se interessado em comprar o Master. O ex-dirigente do banco estatal de Brasília afirmou que o objetivo era aumentar a área de atuação do BRB. Aí a delegada o confrontou com o que estava no papel apreendido. Paulo Roberto disse desconhecer a razão da anotação;
  • alertas sobre fragilidade do Master – pelo que há no inquérito, houve pelo menos 38 notificações do Fundo Garantidor de Crédito e/ou da Febraban para o Banco Central alertando sobre possíveis fragilidades nas contas do Banco Master. Daniel Vorcaro foi confrontado com esses dados. Ao responder, dissimulou e disse desconhecer o assunto, até porque as notificações, caso tenham sido enviadas, eram para o Banco Central e não para ele.
    No depoimento de Ailton Aquino, o diretor de Fiscalização do BC, essa pergunta não foi feita pela delegada Janaina Palazzo –mais uma evidência de que os depoimentos no Supremo foram montados também para preservar o Banco Central.
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