A Hyperliquid pretende retirar cerca de US$ 1 bilhão em HYPE da oferta, o equivalente a 13% dos tokens em circulação. Mesmo assim, o ativo caiu para mínimas de sete meses.
Um relatório da Cantor Fitzgerald vê o protocolo como uma exchange geradora de caixa, não apenas um token DeFi. Ainda assim, investidores seguem priorizando métricas de volume visíveis.
Durante boa parte de 2025, a Hyperliquid liderou o mercado de DEXs de contratos perpétuos. Entretanto, esse domínio passou a ser questionado no segundo semestre.
Plataformas como Aster, Lighter e edgeX lançaram campanhas agressivas de pontos e recompensas. Como resultado, atraíram traders interessados em incentivos, não em posições direcionais.
Entre junho e novembro, o volume mensal combinado dessas rivais saltou de US$ 103 bilhões para US$ 638 bilhões. No mesmo período, a Hyperliquid avançou pouco, de US$ 216 bilhões para US$ 221 bilhões.
À primeira vista, os dados sugerem perda de participação. Entretanto, a Cantor Fitzgerald discorda dessa leitura.
Segundo o banco, grande parte do volume concorrente é inflado por operações circulares. Já a Hyperliquid concentra liquidez orgânica, visível no open interest, e não apenas no volume nominal.
Além disso, a Hyper Foundation apresentou uma proposta estrutural. A ideia é declarar como definitivamente inacessível o endereço do Assistance Fund. Esse fundo acumulou cerca de 37 milhões de HYPE, adquiridos com taxas do protocolo. Em valores atuais, isso representa quase US$ 1 bilhão.
Tecnicamente, esses tokens nunca puderam ser movimentados. Não existe chave privada associada ao endereço. Portanto, qualquer recuperação exigiria um hard fork.
A proposta formaliza essa condição. Validators se comprometeriam a nunca aprovar mudanças que liberem esses tokens. Assim, o mercado passaria a tratá-los como efetivamente queimados.
Na prática, a oferta total cairia cerca de 13%. Além disso, métricas como FDV ficariam mais alinhadas à realidade econômica. Embora seja, em parte, uma mudança de percepção, isso importa no mercado cripto.
O relatório da Cantor Fitzgerald vai além da queima. Para o banco, o HYPE funciona como uma ação com recompra contínua, financiada pelas taxas do protocolo.
Somente em 2025, a Hyperliquid processou quase US$ 3 trilhões em volume, gerando cerca de US$ 874 milhões em taxas. Grande parte dessa receita retorna ao mercado via recompra de tokens.
Entretanto, o cenário depende de retomada de crescimento. O preço segue pressionado. Sem avanço claro de market share, a queima e o relatório funcionam mais como defesa de valor do que como gatilho de alta no curto prazo.
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