O dólar fechou esta terça-feira (16) em alta de 0,76%, a R$ 5,46. Operadores apontaram aumento de remessas de lucros e dividendos ao exterior e a divulgação de pesquisa de intenção de voto como fatores que pressionaram o real.
Parte do mercado associou a alta do dólar a ruídos relacionados ao cenário eleitoral de 2026. Pela manhã, circularam expectativas de que a pesquisa Genial/Quaest indicaria melhora na avaliação do governo e vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial.
Divulgado no início da tarde, o levantamento mostrou variação limitada na aprovação do governo. As simulações de segundo turno indicaram vitória de Lula contra nomes da oposição, incluindo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), incluído pela primeira vez, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Analistas ponderam que a presença de Flávio Bolsonaro nas simulações, com intenção de voto semelhante à de Tarcísio, pode reduzir a percepção de chance de vitória da oposição em 2026, tema acompanhado por investidores por seus possíveis impactos na política fiscal.
Em fala ao Broadcast, o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, afirmou que a formação da taxa de câmbio reflete a queda do petróleo e os ruídos políticos, além de um provável aumento do fluxo de saída de recursos.
Segundo ele, empresas têm antecipado remessas ao exterior diante de incertezas sobre a tributação de dividendos após a aprovação da reforma do Imposto de Renda (IR).
Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular valorização de 2,40% em dezembro, após queda de 0,85% em novembro. Em 2025, o dólar recua 11,60%.
Na agenda doméstica, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) foi o principal destaque. O documento trouxe tom considerado menos restritivo do que o comunicado da semana passada, quando a Selic foi mantida em 15% ao ano.
Parte dos analistas identificou sinais de possível abertura para um início de ciclo de queda de juros em janeiro, especialmente na avaliação do mercado de trabalho. A maioria, porém, ainda projeta o início do afrouxamento monetário em março.
No exterior, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — operou em queda e rondava os 98,100 pontos no fim da tarde, após mínima de 97,869 pontos. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
Após o payroll de novembro, relatório oficial de emprego dos EUA, houve leve aumento das apostas em corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em janeiro. Ainda assim, a probabilidade majoritária, acima de 70%, segue sendo de manutenção da taxa no início de 2026.
O post Câmbio: Dólar sobe com fluxo ao exterior e pesquisa eleitoral apareceu primeiro em Monitor do Mercado.


