O Bitcoin caiu para a faixa de US$ 85 mil nas últimas horas, acendendo alertas entre analistas que apontam possibilidade de queda abaixo de US$ 80 mil se a pressão vendedora persistir. O movimento reflete volatilidade crescente no mercado cripto, com o Ethereum acompanhando a fraqueza geral do setor.
Segundo análises técnicas divulgadas nesta terça-feira (16 de dezembro), o Bitcoin enfrenta resistência significativa em torno de US$ 95 mil, enquanto suportes críticos em US$ 85 mil e US$ 80 mil definem o cenário de curto prazo. Previsões de mercado indicam possível recuperação para US$ 90 mil até 18 de dezembro, mas o sentimento permanece cauteloso.
O índice “Fear & Greed” do mercado cripto sinaliza volatilidade elevada, com movimentos rápidos amplificados por baixa liquidez. Analistas alertam que notícias macroeconômicas dos EUA e decisões regulatórias podem amplificar os movimentos nos próximos dias.
Sinais de desaceleração econômica global começam a aparecer nos principais indicadores. O PMI de serviços dos EUA caiu de 54,1 em novembro para 52,9 em dezembro, marcando o menor nível em seis meses e sinalizando crescimento mais moderado da atividade norte-americana.
O PMI industrial também arrefeceu, enquanto dados de vendas no varejo dos EUA vieram estáveis em outubro, mostrando consumo com menor impulso. Esses indicadores reforçam a visão de crescimento econômico mais contido nos EUA para os próximos trimestres.
Na América Latina, a CEPAL projetou crescimento de 2,4% para a região em 2025 e 2,3% para 2026, ressaltando um ambiente internacional frágil e restrições internas que limitam investimento e produtividade. O Brasil, maior economia da região, enfrenta pressões cambiais e inflacionárias que afetam a confiança de investidores.
O Ibovespa superou os 162 mil pontos na segunda-feira (15 de dezembro) com ganhos de 1,07%, impulsionado pela divulgação de dados de desaceleração econômica no IBC-Br, que reforçam expectativas de cortes de juros pelo Banco Central.
Porém, o dólar subiu 1,63% em dezembro até o momento, acumulando queda anual de 12,25% em 2025. A volatilidade cambial reflete remessas de lucros ao exterior e fatores externos como queda do petróleo, que afetam moedas emergentes.
A ata do Copom ressaltou condução cautelosa da política monetária, que permanece contracionista para conter a inflação. Essa postura mantém pressão sobre o câmbio e afeta decisões de investimento corporativo.
As políticas de tarifas de Donald Trump visam restaurar a hegemonia econômica dos EUA, com impactos diretos no comércio global. Para o Brasil, isso pode forçar maior aproximação com a China, alterando fluxos comerciais e negociações internacionais.
Portugal mantém os EUA como prioridade estratégica, defendendo a NATO apesar da nova estratégia de segurança americana que critica instituições europeias. O ministro Paulo Rangel enfatizou paciência e uma relação de longo prazo, independentemente de oscilações na administração Trump.
Na América do Sul, tensões na Venezuela e estratégias dos EUA envolvem questões geopolíticas e econômicas complexas. Simultaneamente, a União Europeia aprova controles rígidos sobre importações do Mercosul para proteger seu agronegócio, tensionando acordos comerciais regionais.
O avanço da extrema-direita global em 2025 consolida crises na ordem internacional, com variações nacionais que afetam políticas econômicas e alianças. Pesquisadores também analisam o avanço do plano chinês para a América Latina, que ganha tração em relações internacionais e economia regional.
A SEC dos EUA reduziu significativamente sua fiscalização sobre criptomoedas desde o início do segundo mandato de Donald Trump em 2025. A agência dispensou ou pausou quase 60% dos casos em andamento, incluindo processos contra Ripple Labs e Binance.
Essa mudança contrasta com a abordagem agressiva anterior, sob Biden. Paul Atkins, novo presidente da SEC indicado por Trump e pró-cripto, afirmou em 15 de dezembro que blockchains podem ser “ferramentas poderosas de vigilância” para monitorar transações, mas defendeu a preservação de privacidade contra abusos governamentais.
Projetos de lei para clarificar a regulação, como o CLARITY Act, foram adiados pelo Senado dos EUA. A audiência de dezembro foi postergada para 2026 devido a falta de acordo entre republicanos e democratas. O texto propõe transferir a maior parte da supervisão de criptomoedas spot para a CFTC, mais favorável ao setor, limitando o papel da SEC a títulos claros.
A senadora Elizabeth Warren pediu investigação sobre criptoativos ligados a Trump em meio a esses atrasos regulatórios.
Investidores e analistas acompanham de perto os próximos movimentos em três frentes principais:
Mercado Cripto: Quebra ou sustentação de suportes-chave em US$ 85 mil e US$ 80 mil para Bitcoin definirão a tendência de curto prazo. Volume de negociação e sentimento de mercado serão determinantes.
Economia Global: Novas leituras de PMIs e vendas no varejo nos EUA e China podem reverter ou aprofundar a visão de desaceleração. Decisões de bancos centrais moldarão expectativas de juros e fluxos financeiros.
Geopolítica: Evolução de tensões comerciais e medidas não-tarifárias continuarão afetando cadeias de suprimento e comércio internacional, com impactos diretos em moedas emergentes e mercados de commodities.
O cenário de dezembro de 2025 reflete um mundo em transição, onde decisões políticas nos EUA, dinâmicas econômicas globais e inovações tecnológicas em criptomoedas se entrelaçam, criando oportunidades e riscos para investidores em todo o planeta.


