O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o pregão de sexta-feira (12) em alta firme de 0,99%, retomando o patamar dos 160 mil pontos (160.766,37) e reforçando o movimento positivo do mercado doméstico.
O avanço foi impulsionado pela decisão dos Estados Unidos (EUA) de suspender as restrições impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e à sua esposa no âmbito da Lei Magnitsky, o que reduziu a percepção de risco institucional e favoreceu a tomada de risco na Bolsa brasileira.
Com o resultado, o principal índice da B3 segue a caminho do maior ganho anual desde 2016 e acumula valorização de 33,66% neste ano.
Após a decisão dos EUA, as ações do setor bancário estiveram entre os principais vetores de alta. Os papéis do Bradesco avançaram 1,20% (ON) e 0,65% (PN), acompanhando o desempenho positivo do setor financeiro.
Entre os pesos-pesados do índice, a Petrobras também contribuiu para o desempenho do dia, com as ações subindo 1,22% (ON) e 1,06% (PN). Já a Vale reduziu perdas ao longo do pregão e encerrou próxima da estabilidade, com leve recuo de 0,06%.
No ranking das maiores altas do dia, Hapvida liderou os ganhos, com avanço de 5,45%, seguida por Assaí, que subiu 4,19%. Na ponta negativa, a Cosan registrou queda de 2,18% e liderou as perdas do pregão.
No fim do dia, o dólar fechou em leve alta de 0,12% ante o real, cotado a R$ 5,41, em meio à antecipação das discussões sobre a corrida eleitoral de 2026.
No cenário internacional, a semana é marcada por indicadores relevantes e decisões de política monetária. Nos Estados Unidos, será divulgado nesta terça-feira (16) o primeiro relatório de emprego (payroll) após o shutdown, reunindo os dados de outubro e novembro, o que pode confirmar ou alterar as expectativas do mercado sobre uma pausa no ciclo de cortes de juros.
Outro dado central é o CPI de novembro. Além disso, diversos bancos centrais realizam reuniões, com destaque para o Banco do Japão (BoJ), o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE).
Na América Latina, o destaque são as eleições presidenciais no Chile. José Antonio Kast confirmou o favoritismo e foi eleito presidente com 58,2% dos votos. A vitória assegura maioria no Congresso e sinaliza uma agenda voltada à ordem pública e ao livre mercado, marcando o fim do ciclo de governos de esquerda no país.
No Brasil, a agenda econômica concentra atenções na ata do Copom, no IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, com projeção de estabilidade após a retração do terceiro trimestre. O mercado também segue de olho no Relatório de Política Monetária, com as apostas sobre o início dos cortes da Selic divididas entre janeiro e março.
No front político, a última semana do ano legislativo começa sob tensão, com a deflagração de uma greve por tempo indeterminado na Petrobras. A Federação Única dos Petroleiros rejeitou a proposta salarial da estatal, que previa reajuste real de 0,5%, e pressiona a diretoria por ganhos maiores, elevando o risco de impactos no abastecimento de combustíveis caso o movimento avance.
No Congresso, cresce o risco de o governo iniciar 2026 sem Orçamento aprovado. Deputados e senadores têm apenas cinco dias para destravar a pauta antes do recesso, mas impasses envolvendo a liberação de emendas ameaçam adiar a votação. Sem o Orçamento, o Executivo ficaria limitado a executar apenas 1/12 das despesas previstas em janeiro, o que pode paralisar programas e a máquina pública logo no início do ano eleitoral.
As Bolsas da Europa operam em alta nesta segunda-feira, com a semana marcada por uma agenda carregada de indicadores econômicos e decisões de política monetária.
O destaque fica para a reunião do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira (18), quando o mercado espera a manutenção da taxa de juros em 2% ao ano. Também na quinta, o Banco da Inglaterra (BoE) divulga sua decisão sobre os juros.
Na Ásia, os mercados iniciaram a semana em queda após dados da produção industrial e vendas no varejo da China piores do que o esperado. As vendas no varejo desaceleraram em novembro, com alta de 1,3% na comparação anual, abaixo da expectativa de 3% e no pior desempenho desde 2022.
Por outro lado, a produção industrial avançou 4,8% em relação a novembro do ano passado, sustentada pela demanda externa e pelo desempenho de segmentos ligados à manufatura avançada.
Destaque ainda para movimentos no setor imobiliário: preços e vendas de imóveis continuam em queda, enquanto o investimento imobiliário acumulou retração de 15,9% nos 11 primeiros meses do ano. A incorporadora Vanke viu as sua ações caírem após não conseguir aval para uma proposta de extensão para pagamento de seus títulos.
No Japão, onde o BoJ deverá mexer na taxa de juros básicos neste semana, o Nikkei recuou 1,23%, enquanto o índice de Xangai recuou 0,55% e o Shenzhen caiu 0,80%.
Em Hong Kong, o Hang Seng teve perda mais acentuada, de 1,34%, refletindo um pregão amplamente negativo na região. Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 1,84% e em Taiwan, o Taiex encerrou em baixa de 1,17%.
Em Nova York, os índices futuros abriram esta segunda-feira em alta, após uma intensa venda nas ações de Wall Street na última sexta-feira.
O movimento de desvalorização foi impulsionado por temores em relação aos resultados das empresas de tecnologia e ao crescente volume de investimentos em inteligência artificial (IA).
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro +0,5%
• FTSE 100 +0,8%
• CAC 40 +0,9%
• Nikkei 225 -1,3%
• Hang Seng -1,3%
• Shanghai SE Comp. -0,6%
• MSCI World +0,1%
• MSCI EM -1,1%
• Bitcoin +1,7% a US$ 89964,88
Nos EUA, o destaque da semana é a divulgação do relatório de empregos (payroll), que será divulgado na terça-feira (16) e pode influenciar as expectativas para a política monetária americana.
Discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed) também entram no radar. Nesta segunda-feira, falam Stephen Miran, às 9h30, e John Williams, às 12h30, oferecendo novos sinais sobre o rumo dos juros americanos.
Em entrevista ao Wall Street Journal, o presidente Donald Trump afirmou estar inclinado a indicar o ex-diretor do Fed Kevin Warsh ou o atual diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, para comandar o Federal Reserve a partir do próximo ano.
Ainda nos Estados Unidos, o mercado aguarda a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro, na quinta-feira (18), outro dado-chave para calibrar as apostas sobre os próximos passos do Fed.
No Japão, a decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ) será anunciada entre a noite de quinta e a madrugada de sexta-feira, em meio à expectativa de uma nova elevação da taxa básica de juros.
Também na quinta-feira, investidores acompanham as decisões de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), do Banco Central Europeu (BCE), completando uma semana decisiva para os mercados globais.
No Brasil, a agenda da semana é marcada pela divulgação da ata do Copom, nesta terça-feira, e do Relatório de Política Monetária, na quinta-feira.
Entre esses indicadores, o destaque desta segunda-feira é o IBC-Br, considerado pelos investidores uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), além dos dados do setor externo referentes a novembro.
Segundo estimativa do BTG, o indicador deve mostrar desaceleração na comparação anual, passando de alta de 2% em setembro para avanço de 0,9% em outubro.
A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.O post Morning Call: Semana é marcada por informações sobre juros no Brasil e nos EUA apareceu primeiro em Monitor do Mercado.


